adoro o teu sorriso, o teu riso, como me fazes soltar gargalhadas mesmo "naqueles" momentos... |
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda
3 comentários:
Adoro este poema.. é lindo lindo.. :)
Belissimo...mais um de Pablo que adoro imenso:)
"Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso."
É sempre bom reler...obrigada, meu cupido lindo, pela partilha:)
Beijinhos de mel
Pablo Neruda é um dos meus poetas preferidos, a forma como escreve sobre a Mulher e o Amor é fantástica.
E como eu adoro ver este riso :P
Bjs fanfarrões para as Meninas e fiquem bem :D
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